Todos nós escritores e pretendentes ao mesmo, sabemos da dificuldade em comercializar os nossos livros. Para um iniciante como eu então, é mais difícil ainda. Entretanto, como minha formação é em marketing, gostaria de saber a opinião de vocês sobre o uso de merchandising dentro de nossas histórias. Será que é possível?
Merchandising pode ser definido como:
Quando uma marca, logo, ou produto aparece em uma ou mais cenas, inserida no contexto, geralmente em segundo plano ou mesmo sendo parte de diálogo, manuseio, vestimenta, ou qualquer forma que permita ser inserida em um filme ou fotografia sem ser o carro-chefe do produto, tendo para isso um custo e também uma forma de compensação.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Merchandising
Vemos o merchandising em diversas produções nacionais e até internacionais. Veículos que são tão fortes quanto dinossauros; celulares de última geração fazendo videoconferência; refrigerante, água e até bombons aparecem nas telinhas e telonas. Algumas vezes bem discretas, outras vezes descaradamente. Mas e na escrita? Será que dava certo inserir algum merchandising junto às letrinhas? Veja o trecho abaixo colhido de um parágrafo do meu livro
A Cidade.
Sem merchandising
“Ao terminar a cerimônia na universidade, fomos então convidados a irmos ao buffet para a festa da formatura que ficava bem próximo à universidade.
Ao chegamos lá, pudemos perceber que a decoração era digna de um registro épico. O buffet era o que havia de melhor na nossa cidade. Tudo estava perfeito. E a esperança de rever Ana, em minha mente, tornaria a noite mais que perfeita.”
Com merchandising
“Ao terminar a cerimônia na universidade, fomos então convidados a irmos ao buffet Flores do Outono para a festa da formatura que ficava bem próximo à universidade Xyz.
Ao chegamos lá, pudemos perceber que a decoração era digna de um registro épico. O buffet era o que havia de melhor na nossa cidade. Tudo estava perfeito. E a esperança de rever Ana, em minha mente, tornaria a noite mais que perfeita.”
O exemplo acima é meio exagerado, pois contém duas aparições comerciais (fictícias). Percebam que o nome do
buffet e da
universidade foram destacados em itálico, porém, agiram como uma informação mais detalhada do que estava ocorrendo na cena.
Vantagem do uso de merchandising em obras virtuais
Pareceria muito ignorante, ter em todas as páginas um merchandising. Entretanto, em cenas possíveis e intercaladas eu particularmente não vejo problema algum. Mas quais seriam as vantagens e desvantagens do uso deste elementos nos nosso livros?
Percebam que a obra sendo virtual e você sendo a pessoa que gerenciará o conteúdo do seu livro no seu blog ou em editoras virtuais, o uso de merchandising poderia lhe trazer alguns benefícios. Imagine você ter quatro clientes que foram inseridos em sua história e cada um destes, por exemplo, lhe pagasse R$ 100,00 por mês para que os seus nomes permanecessem na história. Poderia ser juntado a isto, uma espécie de promoção com descontos, para os leitores/ clientes fossem até as empresas patrocinadoras e ganhassem algum desconto por estarem lendo o livro. O parceiro/ empresa ganharia pois faria o escritor/ cliente ir até a sua loja. E o escritor/ cliente ganharia o desconto. E o escritor/ escritor ganharia renda mensal com a sua obra.
Sabemos que o ganho na venda de livros fica nos centavos e não é algo que um cliente vai repetir a compra todo mês. Sabemos que os grandes escritores possuem grande visibilidade nas livrarias, as frentes de loja estão repletos deles. Mas e nós? Como pagar as nossas contas sendo escritores?
Nem toda história vai
Imagino que nem todas as histórias poderão ser adaptadas ao uso do merchandising. A não ser que a criatividade extrema esteja do lado do escritor. Pois perceba que, em uma história que remonta os tempos da escravidão, seria quase que impossível inserir um barbeador elétrico em qualquer cena. Ou em uma ficção científica como Star Wars cheia de naves e viagens intergaláticas, uma nave do império ter que parar em um planeta para reabastecer com gasolina X-Power Mega Plus. Embora eu pudesse criar uma situação dessas, para histórias de não comédia, seria um absurdo.
Nem tudo serão flores
Mas quem vai importar mesmo com o uso de merchandising dentro de uma história será o LEITOR! Nem todos poderão aceitar a ideia de ter que ler anúncios – embora singelos, dentro de uma história. E para resolver esta equação, peço que você nos ajude (a todos os escritores), a resolvermos o proposto aqui. E então, vale usar merchandising dentro das nossas histórias?
Autor: Lucas Coe (Lucas Filho).